A ENFERMEIRA ALEXANDRA LIMA FALA SOBRE CANCER DE PROSTATA
ENFERMEIRA ALEXANDRA LIMA FALA SOBRE O AUMENTO DE CASO DE CANCER DE
CÂNCER DE PRÓSTATA
O que é?
O câncer de próstata (CP) é o tumor mais comum
em homens com mais de 50 anos de idade. Com os progressos da Medicina e
de outras áreas que interferem com a saúde, espera-se para as próximas
décadas uma população cada vez maior de homens atingindo faixas etárias
bem superiores àquela. Conclui-se, portanto, que mais casos de CP serão
diagnosticados. Atualmente, existem no país diversas campanhas de
detecção precoce dessa neoplasia (câncer).
O diagnóstico precoce é deveras importante, visto ser esse um câncer curável nos estágios iniciais.
Como se desenvolve?
A próstata é uma glândula localizada próximo à
bexiga cercando a uretra na sua porção inicial. As secreções prostáticas
são o maior componente do líquido seminal (ou esperma).
A origem do CP é desconhecida, entretanto, presume-se que alguns fatores possam influenciar o seu desenvolvimento.
Entre eles, o fator genético, visto a incidência desta neoplasia ser maior em familiares portadores da doença. A presença de CP em parentes do primeiro grau aumenta a probabilidade de diagnóstico desse câncer em 18%. | |
O fator hormonal é bastante importante, pois essa neoplasia regride de maneira significativa com a supressão dos hormônios masculinos (por exemplo, castração). Pesquisas feitas em ratos tratados cronicamente com testosterona mostraram o desenvolvimento do câncer de próstata nesses animais. A testosterona não é indutora de câncer, entretanto, em homens já com a neoplasia ou com predisposição, a testosterona estimularia o seu crescimento. Por outro lado, o CP não ocorre em eunucos. | |
Ultimamente, tem se dado muita atenção ao fator dieta. Dietas ricas em gordura predispõem ao câncer e as ricas em fibras e tomate diminuem o seu aparecimento. Baseados em levantamentos epidemiológicos em áreas geográficas de maior incidência de CP notou-se que dietas ricas em gordura aumentam os riscos de seu aparecimento. Talvez por interferência no metabolismo dos hormônios sexuais, várias outras substâncias estão sob investigação como as vitaminas, o cádmio, o zinco. | |
Doenças venéreas não tem relação com o CP embora o herpesvírus tipo II e o citomegalovírus induzam transformações carcinogenéticas em células embrionárias de hamster (pequeno animal de experimentação). | |
O fator ambiental é alvo, também, de investigação. Populações de baixa incidência de CP, quando migram para áreas de alta incidência, apresentam um aumento na ocorrência de casos. Fumaça de automóveis, cigarro, fertilizantes e outros produtos químicos estão sob suspeita. |
O que se sente?
Nas fases iniciais nada se sente. O tumor somente é detectado em exames clínicos e laboratoriais de rotina que são:
o toque retal e | |
a dosagem do antígeno prostático específico ou PSA. |
Nos casos de CP sintomático, o paciente se queixa
de dificuldade para urinar, jato urinário fraco, sensação de não
esvaziar bem a bexiga, ou seja, sintomas de obstrução urinária.
Sangramento na urina pode ser uma queixa, embora mais rara.
O paciente pode manifestar dores ósseas como sinal de uma doença mais avançada (metástases).
Anemia, perda de peso, adenopatias (ínguas) no pescoço e na região inguinal podem também ser a primeira manifestação da doença.
Como se faz o diagnóstico?
Todo o homem a partir dos 45 anos deve realizar
o toque retal e dosagem do PSA, principalmente aqueles com história
familiar de CP (e de câncer de mama), independentemente de sintomas. Em
caso de toque anormal e ou PSA elevado, o paciente deverá ser submetido a
uma ecografia transretal com biópsia prostática. Os fragmentos obtidos
serão levados ao exame anátomo-patológico. Uma vez confirmado o
diagnóstico, o tumor deverá ser estagiado. Isto significa que exames
deverão ser solicitados a fim de que se possa saber se o tumor está
confinado à próstata ou se já invadiu órgãos adjacentes (bexiga,
vesículas seminais, reto) ou se já enviou metástases. A cintilografia
óssea é o exame mais útil nessa fase e nos dá informações quanto à
metástases no esqueleto.
Outros exames eventualmente pedidos são:
fosfatase alcalina, tomografia computadorizada de abdômen, radiografias
de tórax, radiografias do esqueleto.
Como se trata?
O CP pode estar confinado à próstata na forma
de um pequeno nódulo, como também pode estar restrito a ela, porém
envolvendo toda a glândula. O CP, além de localizado, pode estar
comprometendo os limites desse órgão e invadir outros órgãos adjacentes,
como as vesículas seminais ou a bexiga. Linfonodos obturadores e
ilíacos são, geralmente, o primeiro estágio das metástases para depois
ocorrerem metástases ósseas.
Para descrever a extensão do tumor (estadiamento) existem várias classificações (classificação de Whitmore,
TNM). Além do fato extensão tumoral, é importante saber que o CP
apresenta uma diversificação de células, mais ou menos malignas, que
também sofrem um processo de classificação (Classificação de Gleason).
Baseado no estadiamento do tumor e de sua classificação de Gleason é que se escolhe o tipo de tratamento.
Para os tumores localizados dentro da glândula, a prostatectomia radical e a radioterapia são as primeiras opções e consideradas curativas. | |
Os tumores que avançam para fora da próstata, mas sem evidência de metástases, são geralmente tratados com radioterapia. | |
Os tumores metastáticos são paliativamente controlados com hormônios femininos, orquiectomia, drogas anti-androgênicas ou análogos do LHRH. |
O tratamento do CP é muito controverso pois são muitas as variáveis:
idade do paciente | |
níveis do PSA | |
estágio do tumor | |
tipo histológico |
Além disso, deve-se discutir com o paciente as complicações do tratamento.
Tanto a prostatectomia radical quanto a radioterapia podem deixar o paciente impotente bem como incontinente urinário. | |
A hormonioterapia diminui a libido e causa impotência sexual. | |
Deve-se considerar também a idade do paciente na época do diagnóstico e sua expectativa de vida sem a doença. | |
Pacientes muito idosos e com baixa expectativa de vida certamente se beneficiarão com tratamentos menos agressivos. | |
Problemas psicológicos e culturais fazem da orquiectomia (retirada dos testículos) um tratamento indesejado. Outras formas de terapia não têm bons resultados ou estão sob investigação, como é o caso da quimioterapia, terapia genética e fatores do crescimento. |
Qual é o prognóstico?
O prognóstico depende do estádio (extensão) e grau histológico (Gleason),
principalmente. Se o CP é localizado e se o paciente realizar uma
prostatectomia radical, a sobrevida em 10 anos pode atingir 90%, sendo
equivalente à da população normal. O índice de recorrência local após 5
anos é de 10% contra 40% da radioterapia. A radioterapia utilizada no CP
localizado ou localmente avançado (fora da próstata mas sem metástases)
apresenta biópsias positivas de 60 a 30% dos casos quando realizadas
seis meses e dois anos respectivamente após o tratamento.
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