BIOGRAFIA DO CORONEL HORÁCIO DE MATOS
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Coronel Horácio de Matos |
Coronel
Horácio de Matos
O coronel mais famoso da Chapada Diamantina herdou do tio, Clementino Matos, o poder e rixas que guiariam suas atitudes até o fim da vida. O início de sua carreira foi pacífico: Horácio fez uma peregrinação pelas cidades e fazendas com a intenção de propor trégua nas brigas políticas. Entretanto, comunicado do assassinato de seu irmão Vítor por jagunços rivais, Horácio mobiliza suas influências para que os assassinos, abrigados no município de Campestre sob proteção do chefe local Manuel Fabrício, fossem julgados de acordo com a lei. Com a demora de meses para a resolução do caso, Horácio decide cercar a fazenda e vence o rival pela insistência (ele foge para um município vizinho e não retorna mais).
A vitória seguinte foi contra o coronel Militão
Rodrigues Coelho, que vinha conquistando novas
terras na regiao. Os grupos lutaram por cinco
meses, resultando em 400 mortos e mais poder
regional para Horácio.
A influência política em Lençóis foi obtida de
forma bem menos violenta: Aureliano Sá, um
pacifista, optou por retirar a família das
disputas e ceder o comando ao coronel Horácio de
Matos. O
aumento de seu poder e das regiões sob seu domínio
lhe renderam os títulos de Delegado Regional da
Zona Centro-Oeste e Senador Estadual.
Em 1926, a pedido do governo federal, foi o responsável pela organização do Batalhão Patriótico das Lavras Diamantina, um exército de jagunços e militares que combateu a Coluna Prestes durante sua tumultuada passagem pela Bahia. A Coluna foi expulsa do estado e perseguida até a Bolívia, quando se dispersou e foi derrotada com ajuda do exército oficial.
Após a vitória, Horácio é operado de apendicite às
pressas no Rio de Janeiro e, de volta à Chapada, é
recebido como herói nas terras que comandava. Com
a Chapada mergulhada numa crise econômica e social
que as batalhas haviam ajudado a acentuar, Horácio
de Matos é nomeado Intendente de Lençóis. Constrói
estradas, escolas, calçamentos, rede elétrica e,
para facilitar a circulação de dinheiro na região,
chega a emitir papéis coloridos que viraram moeda
corrente.
Logo após a revolução de 30, contra a qual chegou
a mobilizar seus homens a pedido do governo em
crise, Horácio de Matos é preso pelo tenente
Hamilton Pompa e levado a Salvador. Não houve
resistência, até porque todas as armas dos
jagunços haviam sido apreendidas por ordem oficial
e a região já estava tomada por soldados. Com uma
pressão das forças conservadoras, o coronel acaba
conseguindo a liberdade condicional, mas é
proibido de sair da capital. Irado com o fato, o
tenente Hamilton segue para o Palácio do Rio
Branco, disposto a matar o responsável pela
liberdade do coronel, e acaba assassinado por um
guarda. O clima de rivalidade política resulta na
morte de Horácio de Matos, dois dias depois,
enquanto passeava com sua filha mais velha,
Horacina.
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Horácio de Matos | ||
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Coronel Horácio
de Matos, c. 1900.
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Nome completo | Horácio Queirós de Matos | |
Nascimento | 18 de Março de 1882 Chapada Velha de Brotas de Macaúbas, Brasil | |
Morte | 15 de maio de 1931 (49 anos) Salvador, Bahia | |
Nacionalidade |
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Ocupação | Político e coronel do sertão baiano |
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