DILMA DECLARA GUERRA CONTRA PM
Dilma declara guerra contra PM
Para
Dilma, greve da PM na BA é plano nacional para forçar votação da PEC
300; tribunais militares estaduais terão que ser instalados.
A
presidente Dilma Rousseff determinará, nos próximos dias, que os
Estados instalem tribunais militares em cada uma das suas corporações
para agilizar o julgamento de infrações cometidas por policiais. Tanto a
chefe do Executivo quanto o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
e a Polícia Federal pretendem, com a medida, que os processos contra
militares não se submetam à morosidade da Justiça comum, que acumula
ações por anos a fio.
A
estratégia é a de que os julgamentos sejam sumários e rápidos dentro
de cada corporação. Também pretende-se a manutenção da hierarquia e da
ordem, por meio da obrigação do cumprimento às determinações dos
comandantes. Caberá aos Executivos estaduais enviar aos deputados um
projeto de lei que preveja a criação dos tribunais, com a indicação dos
representantes das tropas, bem como previsão de cadeira para o
Ministério Público.
No
entendimento do Palácio do Planalto, conforme apurou o Bahia Notícias,
a greve da PM na Bahia é um movimento nacional em cadeia para
pressionar o Congresso a votar e aprovar a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 300, que pretende igualar os salários dos policiais
em todo o Brasil de acordo com o pagamento realizado no Distrito
Federal. Hoje, o menor vencimento, de um soldado de segunda classe, é
de R$ 3.031,38, e o maior, de um coronel, chega a R$ 15.355,85.
Os
Estados alegam não ter condições de seguir a norma, caso aprovada,
pois haveria risco de se exceder o limite prudencial estabelecido na
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em que não se pode dedicar mais
de 47% da receita líquida com pagamento de pessoal. Os atos em prol da
PEC 300 aconteceriam em cada uma das unidades federativas até chegar em
Brasília. O que chamou a atenção de Dilma e da Força Nacional, na
Bahia, foi o fato de que Marco Prisco, que lidera a Aspra – associação
da PM que iniciou o movimento grevista – divide o comando das ações na
Assembleia Legislativa com o sargento Queiroz, líder da paralisação
dias antes no Ceará, e o sargento Joaes, representante do Rio Grande do
Norte.
Todos
são filiados à Associação Nacional dos Praças, que tem assento no
Conselho Nacional de Segurança e recebe, portanto, recursos do próprio
governo federal, por meio do Programa Nacional de Segurança Pública com
Cidadania (Pronasci). Ou seja, há o incômodo de que a própria União tem
bancado o movimento. Antes da mobilização baiana, Pernambuco enfrentou
levantes semelhantes e, no Rio de Janeiro, há a expectativa que, nos
próximos dias, a PM venha a aderir à greve baiana.
Fonte: GTO de Pau dos Ferros
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