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EM PROTESTO,AGRICULTORES COBRAM AÇÕES DE COMBATE A SECA


Em protesto, agricultores cobram ações de combate à seca



Cerca de 14 mil agricultores interditaram trechos de BRs em cinco municípios. Eles reivindicam o cumprimento das ações de combate aos efeitos da seca anunciadas pela presidente Dilma

25/04/2013 - Debaixo de chuva, cerca de 4 mil agricultores ligados à Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Ceará (Fetraece) interditaram o quilômetro 69 da BR-116, em Chorozinho, a 64,1km de Fortaleza, na manhã de ontem. A manifestação ocorreu também em trechos de BRs nos municípios de Pedra Branca, São Gonçalo do Amarante, Santana do Acaraú e Milagres, reunindo, ao todo, aproximadamente 14 mil agricultores.


Os atos reivindicaram o cumprimento e a ampliação das ações de combate aos efeitos da seca anunciadas pela presidente Dilma Rousseff durante a 17 ª Reunião Ordinária do Conselho Deliberativo da Sudene (Condel), no último dia 2. “A nossa principal reivindicação é água, apesar de hoje ter amanhecido chovendo. Já estamos no segundo ano de seca e os açudes, os cacimbões e os poços estão secando. A gente sabe que o Governo Federal anunciou esses recursos, mas eles ainda não chegaram”, explica o diretor de Política Agrária da Fetraece, José Militão.


De acordo com Militão, a produção dos agricultores familiares em 2013 foi quase inexistente. “Em outros tempos, em uma época dessas, a gente já estaria colhendo. Agora, mesmo que continue chovendo, não tem como plantar”.


A situação é parecida para os cerca de 870 mil trabalhadores que, segundo a Fetraece, praticam a agricultura familiar e individual no Estado. A agricultora Luzia Moreira Maia ainda não plantou nada este ano. “Agora começou a chover, mas a plantação não se recupera, porque é pouco tempo de chuva. Só dá para os animais”, diz.


Ainda na manhã de ontem, o presidente da Fetraece, Moisés Braz, compareceu a uma audiência com o governador Cid Gomes e o secretário do Desenvolvimento Agrário (SDA), Nelson Martins, no Palácio da Abolição. Entre as demandas apresentadas ao governador, a elevação das parcelas do programa Garantia Safra e do Bolsa Estiagem, a suspensão da execução das dívidas de crédito rural e a garantia do abastecimento hídrico a partir do uso de carros-pipa e a construção de cisternas.


Moisés avaliou a reunião como produtiva. Segundo o presidente, o governador deixou claro que as reivindicações seriam atendidas. “Estamos atentos e vigilantes. Caso essas demandas não sejam atendidas, vamos fazer outras ações”, diz.


De acordo com o titular da SDA, Nelson Martins, todos os pleitos foram atendidos pelo governador. O secretário informou ainda que as demandas que cabiam ao Governo Federal seriam apresentadas na tarde de ontem durante uma reunião com o ministro da Agricultura, Pepe Veras, em Brasília.

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Em Chorozinho, a paralisação durou cerca de quatro horas e provocou um engarrafamento de 8 km, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF).


Os agricultores eram originários da Grande Fortaleza, Sertão Central e Vale do Jaguaribe.


Durante a manifestação, os agricultores distribuíram panfletos com reivindicações aos caminhoneiros e motoristas. “Precisamos que a sociedade civil compreenda a importância do agricultor familiar na economia do Estado e a nossa situação”,diz o presidente da Fetraece, Moisés Braz.

O Povo

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