Dunia Broche e Dorys Cristina, selecionadas para atuar em posto. Foto: Folha de São Paulo.
Confira
abaixo reportagem publicada hoje (25) no Jornal Folha de São Paulo
sobre a chegada de duas médicas cubanas a Macaúbas, no sudoeste baiano:
MÁRIO BITTENCOURT COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MACAÚBAS (BA)
Recém-chegadas
a Macaúbas (BA), município a 613 km de Salvador e em estado de
emergência por causa da seca, as médicas cubanas Dunia Broche, 40, e
Dorys Cristina del Rosário, 52, terão uma vida de contrastes nos
próximos três anos.
Nos momentos de folga, elas terão uma vida de luxo para os padrões locais.
As
cubanas vão dividir uma casa com piscina, pomar, jardim, churrasqueira,
salão de jogos, ampla garagem e quatro dormitórios, sendo um deles com
banheira de hidromassagem. O aluguel da casa, de R$ 1.200, será pago
pela prefeitura.
“A casa é espaçosa, tranquila. Quero aproveitar a
piscina e chamar a minha amiga [médica cubana da cidade vizinha] para
passar o final de semana aqui”, diz Dunia.
Já no dia a dia de
trabalho a vida não será tranquila. Todas as manhãs, serão obrigadas a
fazer uma pequena viagem de cerca de uma hora entre a casa, na zona
urbana, e os postos de saúde da zona rural onde irão atuar.
Os
postos para os quais foram escaladas para trabalhar pelo programa Mais
Médicos, do governo federal, ficam em povoados a 30 km e a 40 km do
centro da cidade. As opções de trajeto são precárias estradas de terra.
No
povoado de Lagoa Clara, o posto de saúde está com os sanitários
interditados ao público. Apenas o banheiro do consultório funciona.
Já
a unidade de saúde do povoado de Lagoa do Maurício nem sequer está
pronta. Faltam equipamentos, que devem chegar em duas semanas, segundo a
prefeitura.
“Espero que resolvam logo esses problemas. Mas já vi
isso na Venezuela. Tudo bem, vamos trabalhar e ajudar da mesma forma”,
disse Dorys.
A demanda diária desses postos é de 20 a 30
atendimentos. E nenhum deles tem médico fixo atualmente. Em Lagoa Clara,
a estudante Jussiara Guedes, 19, grávida de sete meses, espera a
estreia das cubanas.
“Só fiz uma consulta aqui, quando estava com três meses de gestação”, afirmou.
Quem
também espera por Dunia e Dorys é o agricultor Noé Barbosa, 65. “Estou
com a receita do remédio vencida há três meses. Sem ela não dá pra pegar
remédio. Preciso de um médico só para me dar a receita”, disse à
reportagem.
FESTA DO PIJAMA
As duas médicas cubanas chegaram na noite de anteontem ao município baiano. Ontem, elas conheceram a casa onde vão morar.
Já combinaram com funcionárias locais da Saúde uma festa do pijama e churrascos com cerveja aos finais de semana.
As
cubanas e as funcionárias planejaram também uma espécie de troca de
culturas: Dunia e Dorys aprendem a dançar forró e depois ensinam as
brasileiras a bailar ao som de salsa e merengue.
Solteiras, as médicas deixaram suas filhas em Cuba. Dorys tem uma de 30 anos e Dunia, duas, de 9 e 12 anos.
Clique aqui e veja mais fotos da chegada das médicas.
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