Repercutiu como uma bomba a matéria publicada em diversos jornais sobre a qualidade dos azeites comercializados no país. A pesquisa, encomendada pela associação de consumidores Proteste, pôs na berlinda marcas famosas e até consagradas do segmento. Praticamente às vésperas do Natal – uma das épocas de maior consumo do produto – dos 19 extra virgens pesquisados, alguns não se encaixaram na categoria mais cara enquanto quatro deles – Figueira da Foz, Quinta d’Aldeia, Tradição e Vila Real – foram simplesmente desclassificados do teste, pois não podem sequer ser chamados de azeites. Se o leitor atento parar próximo à gôndola de azeites no supermercado, por apenas dois minutos, ouvirá os consumidores comentando que tal marca é “aquela” da pesquisa, sendo imediatamente rechaçada. É um boca a boca que se tornou viral. Segundo a Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira (Oliva) existem cerca de 270 tipos de azeitonas e somente 24 são regularmente utilizadas na produção de azeites. O azeite de oliva é classificado com base nas suas características de sabor e aroma, pelo processo extrativo, acidez e outros dados químicos. O azeite extra virgem (com menos de 0,8% de acidez), o virgem (de 0,8% a 2%) e também o puro são retirados das azeitonas, mas diferem pelo número de etapas de refinamento. Tais processos alteram tanto a acidez quanto a qualidade. Na avaliação da Proteste, não são extra virgens: Beirão, Borges, Carbonell, Gallo, La Espanhola, Pramesa e Serrata. Entre as marcas aprovadas e consideradas extra virgens estão: Andorinha, Cardeal, Carrefour (marca própria e exclusiva de supermercado), Cocinero, La Violetera; Olivas do Sul, Qualitá (marca própria e exclusiva de supermercado) e Vila Flor. Tanto a oliveira (a árvore da azeitona), seu ramo ou o azeite estão – de alguma forma – presentes nas mitologias grega, romana e egípcia. Os irmãos Rômulo e Remo viram a luz do dia pela primeira vez à sombra desta árvore. Para os judeus, o azeite simboliza a presença de Deus entre os homens. Para os católicos, a energia do Espírito Santo. Os santos óleos são usados em diversas denominações do Cristianismo. Enquanto a associação Oliva e a maioria dos fabricantes preferem o silêncio, a marca Borges adotou estratégia corajosa e conseguiu na Justiça impedir que o Procon-RJ afixe placas em supermercados advertindo sobre a pesquisa. O fabricante se queixa que a Proteste não revelou o nome do laboratório responsável pela pesquisa, o que – segundo a Borges – fere seu direito de defesa. Dizem dois ditados portugueses que “a verdade e o azeite andam à tona d’água” e que “água e azeite não se misturam”. Produto milenar e com profundo significado religioso deve ser tratado com respeito. Está em jogo a credibilidade de rótulos de grande valor. Por outro lado, a Proteste é uma louvável e séria iniciativa em defesa dos consumidores. Que a verdade prevaleça. (Fonte: Opinião e Notícia)
PESQUISA DE QUALIDADE MUDOU HÁBITO DO CONSUMIDOR DE AZEITA
Reviewed by Blog LBS
on
dezembro 01, 2013
Rating: 5
Nenhum comentário