No dia 20 de outubro o trio que ficou conhecido como “canibais de Garanhuns” vai a júri popular no Tribunal de Justiça de Pernambuco pela morte de uma das vítimas: Jéssica Camila da Silva Pereira, de 17 anos, ocorrida em 2008, no município de Olinda. A promotora Eliane Gaia já começou seu preparo para o que considera um dos julgamentos mais difíceis em 12 anos que tem de júri. Segundo ela, a leitura do processo causa desgaste, uma vez que traz detalhes do crime.“Esse processo é horrendo. Eu vou lendo, rezando, levantando, tomando uma água para conseguir continuar lendo. A coisa é feia. É a segunda vez que estou lendo (o processo). Na primeira vez, quase enlouqueci”, contou ela ao jornal Extra.Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, de 52 anos, Isabel Cristina da Silveira, de 53, e Bruna Cristina Oliveira da Silva, de 27, são acusados de homicídio quadruplamente qualificado, vilipêndio (desrespeito ao corpo) e ocultação de cadáver. O crime teve requinte de crueldade: partes do corpo foram ingeridas pelo trio e os restos mortais cimentados numa parede.No processo é descrito como os acusados preparavam a carne de suas vítimas para o consumo. Primeiro, retiravam o sangue do corpo e, depois, a preparavam as partes consideradas nobres como se fosse carne bovina. As partes do cadáver consideradas “impuras” pelo trio - membros inferiores e superiores - eram emparedadas.
“A gente fica pensando: como o ser humano pode chegar a isso? É tudo muito mórbido. É a coisa mais torpe que já vi até hoje, em 12 anos de júri”, disse Eliane, que ainda contou que o trio passou por avaliação psicológica.
“Agora, é importante frisar que os acusados foram submetidos a exame de sanidade mental e foi constatado que eles não são loucos. Sabiam do caráter ilícito do que faziam. Tinham discernimento”, afirmou a promotora.
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