
O nome de Luiz Carlos Trabuco, presidente executivo do Bradesco, é uma
indicação do ex-presidente Lula para ocupar o cargo de ministro da
Fazenda no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, em substituição
a Guido Mantega. Lula já o havia sugerido a Dilma em meados do ano
passado, quando também tentou emplacar o ex-presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, no ministério da Fazenda, sem sucesso. Ontem, em
uma operação para testar reações, ressurgiu a possibilidade de Trabuco
participar do governo, compondo a lista do ex-presidente para o comando
da política econômica a partir de janeiro. Nesta lista figuram também o
próprio Meirelles e o ex-secretário Executivo, Nelson Barbosa. Dilma,
porém, só deverá anunciar suas escolhas para o ministério a partir da
próxima semana. Antes ela pretende descansar uns poucos dias em uma
praia no litoral da Bahia. Trabuco é uma pessoa firme, culta e um
excelente administrador, na definição de quem o conhece. Sua indicação
implicaria uma mudança radical no estilo de governar da presidente
reeleita. Ela não teria, por exemplo, liberdade para determinar as bases
da política econômica como teve no primeiro mandato. Temendo perder a
reeleição, Dilma procurou o ex-presidente há duas semanas para lhe pedir
ajuda. Lula, até então com participação lateral na campanha, usou de
todas as artimanhas que conhece para reverter o resultado do pleito. Em
uma eleição apertadíssima, salvou o PT na undécima hora. O resgate do
crédito acumulado no desempenho da tarefa seria ter espaço para indicar
nomes qualificados para a área mais problemática do governo, a economia.
(Valor)
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