EM 1961,A SITUAÇÃO ERA TENSA,MAS NÃO TÃO GRAVE COMO A DE AGORA

Em 25 de agosto de 1961, o maluco do Jânio Quadros renunciou ao Governo do Brasil. Eu tinha 13 anos, recém completados, e estudava em Santa Maria (RS), a 120 km de Cruz Alta minha terra natal. Fui dispensado das aulas e corri para a rodoviária, para tomar o ônibus que me levaria de volta pra casa.

A direita não queria empossar o vice-presidente Jango Goulart, eleito pelo PTB, o PT da época. As musicas marciais, os discursos inflamados e o clima de agitação na cidade, não saíram mais da minha memória, passados quase 56 anos. O Exército requisitava ônibus, caminhões e camionetes para transportar as tropas do 17º Regimento de Infantaria e o 6ª Batalhão de Obuses para se dirigir a Vacaria, esperando as tropas do II Exército, que deveriam invadir o Rio Grande do Sul.
Não houve combate. Morreu apenas um mecânico que morava ao lado da minha casa. Ele dirigia um ônibus, carregado de soldados, que se precipitou numa barragem na viagem de retorno. Uma metralhadora .30 caiu sobre a sua cabeça e ele acabou morrendo afogado.
A situação foi tensa, mas nada semelhante ao que está acontecendo agora, quando mais de 1.800 políticos, no dizer dos delatores da JBS, estão implicados diretamente com a corrupção e o desvio de recursos públicos.
Só um tribunal de exceção para prender, suspender direitos políticos para sempre, julgar em rito sumário e jogá-los no fundo de um presídio para disputar espaço com presos comuns.
O próximo mês de agosto também será inesquecível na história do Brasil.
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