A saída de Michel Temer da Presidência da República se transformou em unanimidade nacional, unindo a esquerda e a direita mais radical em protestos pelo País. Voltaram, às ruas, as bandeiras, as camisetas amarelas, as panelas nos grandes aglomerados urbanos, os ataques da mídia social e as discussões acaloradas no Congresso.
Nas estradas, quase 600 pontos de concentração de caminhoneiros continuam a pedir a implementação das medidas de redução do preço dos combustíveis, enquanto combustíveis, artigos farmacêuticos e ração de animais só passam sob escolta das forças de segurança.
Em Luís Eduardo Magalhães, nesta segunda-feira (28), no início da noite um grupo de manifestantes saiu às ruas em apoio aos caminhoneiros do Brasil.
Várias pessoas se juntaram na Praça da Matriz centro da cidade vestidos de verde e amarelo, por não concordarem com os aumentos abusivos dos combustíveis.
Nem caos, nem intervenção
Com a população urbana mostrando sinais de esgotamento, o movimento de paralisação dos caminhoneiros começa a perder força na manhã desta terça-feira. Líderes dizem que 30% dos motoristas ainda resiste parados em acostamentos de todo o País. Segundo informações do Gabinete de Crise do Governo Federal, 20 Estados ainda registram paralisação. Pesquisas nas mídias sociais apontam queda vertiginosa no apoio da população ao movimento. Grupos mais intransigentes estão isolados, noticiam os jornais brasileiros.
Lideranças do Agronegócio reunidos na sede do IPA (instituto Pensar Agro, que reúne 40 entidades do setor) emitiram nota defendendo o fim das paralisações.
A bancada ruralista, a mais poderosa da Câmara Federal, seguiu o mesmo tom. E até mesmo o deputado Jair Bolsonaro, reconhecido como o principal líder político líder dos caminhoneiros e agricultores, pediu o fim do movimento. “O caos não nos interessa”, disse Bolsonaro à Folha.
Cerca de 2 mil pessoas ligadas a grupos que pedem a intervenção militar se reuniram em frente ao Congresso Nacional, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, exigindo a volta dos militares no Poder. Mas dirigentes militares não endossam a tese da intervenção.
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