Nessa equação, daqui até o dia primeiro, muitas coisas vão acontecer. E a gente vai seguir com os pés no chão, com muita maturidade para ver qual será o melhor caminho. Mas, a tendência de criar um 'blocão' de defesa democrática, é uma tendência muito segura. Vamos aguardar o desenrolar dos fatos. A tendência é que a gente faça a disputa em dois momentos. Tem a necessidade da disputa pela Presidência, mas temos também que fazer um bloco que participe dos espaços", sinaliza Zé Neto. "Esse ano, o Legislativo terá um poder imenso na configuração do que vai acontecer no Brasil. Caberá ao poder Legislativo equilibrar as ações do governo e defender os interesses da população".
Zé Neto lembra que os integrantes da agremiação tinham um bom diálogo com Rodrigo Maia antes de ele selar uma aliança com o PSL, partido de Bolsonaro. "Acho que o diálogo tem que ser feito entendendo que Rodrigo Maia é uma liderança importante na Casa. Mesmo que não tenha a possibilidade de apoiá-lo, criando um outro bloco, podemos sim fazer diálogos com ele e com a Casa buscando outros espaços. Mas a tendência é que a gente faça mesmo o bloco democrático. Ainda não temos um nome. Até o dia da eleição, tudo pode acontecer".
Questionado sobre como ficará a relação do governo Rui com o governo Bolsonaro, o baiano defende a institucionalidade e um relacionamento "respeitoso" entre as duas partes. "Temos que entender os dois movimentos: um é o relacionamento com o Bolsonaro e o outro é o relacionamento entre as estruturas de poder", avalia, defendendo a criação de uma aliança federal em defesa dos interesses Norte e do Nordeste. "São regiões que estão ficando esquecidas desde agora".
O deputado eleito também faz um balanço sobre o período em que esteve na AL-BA. "Foi uma experiência riquíssima. Estou há quatro mandatos como deputado estadual. Cheguei na Assembleia e fui presidente da Comissão de Meio Ambiente, depois fui presidente da Comissão de Constituição e Justiça do governo Jaques Wagner, depois fui líder de governo nas gestões de Wagner e Rui. Essa passagem só me trouxe maturidade e aprendizado. Na parte política, no governo Wagner teve uma transformação absoluta no cenário político da Bahia e montou uma estrutura de governo que deu a Rui a possibilidade de seguir fazendo o que tem feito, sinalizando que a Assembleia está em boas mãos com a liderança de Rosemberg Pinto (PT)”.