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IBITIARA-BA: CONHEÇA AS ÚLTIMAS RENDEIRAS DA COMUNIDADE DE SÃO DOMINGO DE IBITIARA-BA


"Olê muié rendeira / Olê muié rendá

Tu me ensina a fazê renda / Que eu te ensino a namorá..."

Sempre tive paixão por rendas. Quando criança passava horas a fio vendo a minha mãe fazendo "panos para calças para homens". Achava tudo incrível! Aquelas mãos ágeis, trançando fios com os bilros, num movimento acelerado que mal dava para acompanhar com os olhos; em seguida, prendia a trama de fios com alfinetes no desenho sobre a almofada, e assim ia dando vida a rendas maravilhosas. Detalhe: minha mãe, como toda boa sertaneja, usava espinhos de cardeiro ou de  palmatória  ao invés de alfinetes. Dessa parte eu não gostava, porque era sempre eu que tinha e colher os espinhos nos pés das plantas que ficavam no fundo do quintal, e quase sempre saia muito arranhada. 

A recompensa vinha depois em forma de renda  para colocar num vestido ou numa blusa, e isso eu amava!  Até que ela tentou me ensinar sua arte, mas eu não levava o menor jeito!  Saudades mãe!
Hoje a redação do Blog Liberdade Bom Sucesso esteve visitando as últimas rendeiras da nossa região, aos 92 Francina Maria de Oliveira e sua irmã Dionizia Maria de Oliveira de 90 anos, as duas senhoras ainda passa o seus tempos na roda de fiar em sua residencia na localidade rural de São Domingos distante 18 km de Ibitiara,Dona Francina nascida no povoado de Nos Convéns de Ibitiara,começou a fazer renda ao 12 anos com sua mãe,casou  com o senhor Severiano Barbosa dos Santos e foi mora na comunidade de São Domingos no ano de 1939 ,  

O ofício de rendeira proporciona uma viagem ao imaginário feminino são mulheres que tecem o dia a dia com finos fios. A força que emana da tradição de tramar as linhas é real. E o fio que conecta essas mulheres, entre gerações de uma mesma família, é que parece torná-las o que são: mulheres que lutam bravamente e que, ao mesmo tempo, desempenham um ofício minucioso e delicado. Com paciência e maestria seguem fazendo a renda da mesma forma que outras muitas gerações de mulheres de sua família já faziam, mas revisitam e atualizam as formas e os pontos que fazem hoje. De modo que estão, ao mesmo tempo, com um pé no passado e outro no presente.
Matéria do Blog Liberdade Bom Sucesso/Com texto adaptado do Blog Vento do Nordeste 


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