VERGONHA QUE O DISCURSO DE BOLSONARO NO 7 DE SETEMBRO REVELA? A PIOR NOTÍCIA PARA BOLSONARO NO 7 DE SETEMBRO
Grande parte dos brasileiros já sabe, há algum tempo, que estamos sob o comando de um presidente que não entendeu a grandeza do cargo que ocupa.
O discurso de Bolsonaro na última quarta-feira, 7, deixou isso ainda mais claro e envergonhou milhões de cidadãos que esperavam por palavras de união, força e exaltação do Brasil como um todo, e não de um pensamento extremista – ainda mais nos 200 anos da Independência.
Em vez disso, vimos um presidente desesperado por votos, partindo para o tudo ou nada, puxando o coro de “imbrochável” e falando, em tom de ameaça, que vai trazer para dentro das quatro linhas da Constituição “aqueles que ousam ficar fora dela”.
Uma olhada rápida pela história mostra a importância do discurso de um Presidente da República em um 7 de setembro. O momento é de unir a população, de exaltar a democracia e de valorizar o que tem sido feito pelos brasileiros em busca da “ordem e do progresso” do país.
Em 1995, por exemplo, o então presidente Fernando Henrique Cardoso exaltou a democracia e falou em direitos humanos, dois termos que Bolsonaro ofende e faz questão de não mencionar. “Essa luta pela liberdade e pela democracia tem um nome específico: chama-se Direitos Humanos. Esse é o novo nome da luta pela liberdade e pela democracia”, disse FHC em celebração à independência do Brasil.
Em 2009, o então presidente Lula também fez um discurso muito mais condizente com a importância da data. “A independência não é um quadro na parede nem um grito congelado na história. A independência é uma construção do dia a dia. A reinvenção permanente de uma nação. A caminhada segura e soberana para o futuro”, disse o petista que agora tenta voltar ao poder.
Sua companheira e sucessora, a ex-presidente Dilma disse, em 2012: “Existe uma coisa mais importante que tudo: aumentamos, a cada dia, a fé e o orgulho no nosso querido Brasil. Somos, cada vez mais, um país que olha para o presente e para o futuro com um mesmo olhar de alegria, conforto e esperança”.
Não é difícil, caro leitor. Não é difícil fazer um discurso coerente e trazer todo o país a uma reflexão sobre a independência e a evolução de todos como nação. Não é difícil, mas Bolsonaro não conseguiu, ou melhor, não quis fazê-lo.
Mais uma prova de que estamos sendo liderados por alguém que ainda não entendeu a posição que ocupa. E mais: ao não ir na segunda-feira à comemoração do bicentenário no Congresso… o líder da extrema-direita assumiu que usou a data apenas para fazer um comício. (Fonte: Veja. Por Matheus Leitão)
A PIOR NOTÍCIA PARA BOLSONARO NO 7 DE SETEMBRO
O dia 7 de Setembro de 2022 já entrou para a história como um dos dias mais vergonhosos para o Brasil nos últimos tempos.
No futuro, ao pesquisar sobre essa data, em vez de pensar nas conquistas e motivos para celebrar, os brasileiros vão ler que seu presidente puxou um coro de “imbrochável” em mais uma tentativa de se promover mesmo que o momento não tivesse nada a ver com ele ou com sua insegurança masculina.
E é por causa desse tipo de atitude irresponsável que Bolsonaro estava “sozinho” no palanque. Sem a presença de nenhum dos chefes dos outros poderes, o presidente teve o radicalismo como companhia.
Nem o presidente do Supremo Tribunal Federal, nem o presidente do Senado, nem o presidente da Câmara. Nenhum deles estava ao lado de Bolsonaro no bicentenário da independência. Apenas os radicais que o acompanham cegamente, como o empresário Luciano Hang, que não é uma autoridade pública.
Os presidentes do STF e do Senado, de fato, não eram esperados já que sempre fizeram oposição ao comportamento belicoso do presidente. A ausência de Arthur Lira, no entanto, é surpreendente. O presidente da Câmara já se mostrou aliado de Bolsonaro em diversos momentos e inclusive fez vista grossa para muitas atitudes erradas do atual mandatário do país.
O fato de nem mesmo Arthur Lira estar no palanque é um grande recado: Bolsonaro está isolado e nem mesmo a boa notícia da pesquisa Genial/Quaest é capaz de torná-lo mais aceitável aos olhos daqueles que sabem que a democracia brasileira está ameaçada.
Por isso, o presidente cancelou sua presença na sessão solene em comemoração aos 200 anos da independência no Congresso na última quinta, 8, segundo informado à coluna. Foi uma tentativa de responder, mas a resposta é fraca e só revela – mais uma vez – o autoritarismo de um chefe de estado que não entende a liturgia do cargo.
As eleições se aproximam e fica cada vez mais impossível pensar na continuidade desse governo. Sem o apoio das instituições, atacando autoridades e ameaçado a democracia, Bolsonaro conseguiu ser isolado num momento emblemático para o país, sozinho num palanque onde deveriam estar todos os que lideram uma nação ferida. (Fonte: Veja – Por Matheus Leitão)
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