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Falta de saneamento ajuda na proliferação da dengue

De acordo com o Ministério da Saúde, a precariedade do abastecimento de água e da coleta de lixo está relacionada ao alto número de casos de dengue nas cidades. Dr.ª Ana Verônica comenta sobre o fato.

CONTEÚDO HOMOLOGADO Bahiana
A migração desordenada das regiões rurais para as urbanas é um fato presente em nossa realidade. Atualmente, uma porcentagem considerável da população nas grandes e médias cidades vive em favelas, geralmente em áreas de invasão, com construções sem planejamento, onde saneamento básico (particularmente, o fornecimento de água, coleta de lixo e esgotamento sanitário) é precário ou inexistente. 
"A água necessária ao consumo é geralmente armazenada em condições inadequadas, em reservatórios improvisados, expostos ao ambiente da forma menos recomendada".

A água necessária ao consumo é geralmente armazenada em condições inadequadas, em reservatórios improvisados, expostos ao ambiente da forma menos recomendada. Esses reservatórios, associados ao acumulo de água nos esgotos a “céu aberto”, além do acúmulo de lixo, principalmente os "perigosos" (materiais descartáveis como copos, garrafas e demais materiais que possam acumular água), funcionam como criadouros dos mosquitos transmissores do vírus da dengue.

Mediante esse contexto, acredito que seja quase impossível um controle adequado da dengue, pelo menos a curto prazo. O acesso às favelas é geralmente difícil. Caminhões de lixo não conseguem chegar a muitos desses locais. Várias habitações encontram-se em áreas não recomendáveis para moradia, tornando inviável um plano de saneamento a curto ou médio prazo. 
Projetos educacionais para a população talvez tenham algum impacto no controle da proliferação da dengue. Ao se trabalhar com a conscientização, comportamentos e práticas podem ser modificados e, assim, as pessoas podem ser incentivadas a produzir menos lixo "perigoso", evitar jogá-los em áreas de difícil acesso, levá-los aos locais mais próximos da coleta, cobrir os reservatórios de água com tampas que impeçam a entrada dos mosquitos, dentre outras coisas.

Penso que o Estado deve estabelecer estratégias de curto e médio prazo como disponibilização de recursos para projetos educacionais, estruturação das equipes de saúde da família, ressaltando aqui o papel fundamental dos agentes de saúde neste trabalho de conscientização. Além disso, é preciso haver a manutenção dos programas de vigilância epidemiológica nas áreas consideradas de risco e estratégias de médio a longo prazo, como programa de habitação planejada que ofereçam condições sanitárias adequadas para a população.

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