
Embora
o número de matrículas na educação básica brasileira tenha crescido nos
últimos anos, 3,7 milhões de crianças e adolescentes, entre 4 e 17
anos, ainda estão fora da escola — cerca de 10% da população nessa faixa
etária. O dado é de um estudo divulgado ontem pelo Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef) em parceria com a Campanha Nacional pelo
Direito à Educação. A parcela etária escolhida inclui todos que,
obrigatoriamente, deverão estudar a partir de 2016, conforme prevê
emenda constitucional aprovada em 2009. Antes da modificação, a
frequência era obrigatória dos 6 aos 14 anos.Com números do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes a 2009, o
estudo, intitulado Iniciativa Global pelas Crianças Fora da Escola,
também mapeou quem, embora matriculado, corre o risco de deixar as salas
de aula. "O que mais leva ao abandono é o fracasso escolar e a
necessidade de trabalhar. Temos no Brasil um contingente grande de
crianças com mais de dois anos de atraso, o que as torna fortes
candidatas a desistir", afirma Maria de Salete Silva, coordenadora do
Programa de Educação do Unicef no Brasil.O tamanho do problema pode ser
verificado pelos achados da pesquisa. Quatro em cada 10 alunos do ensino
fundamental (anos finais), por exemplo, têm idade acima do recomendado.
Entre os estudantes que conseguem alcançar o ensino médio, 15,2%
apresentam atraso.
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