ÁGUIA DE OURO MISTURA RIO E BAHIA PARA HOMENAGEAR DORIVAL CAYMMI
A Águia de Ouro foi a quinta escola na segunda noite de desfiles do Grupo Especial paulistano. A agremiação da Zona Norte cantou Dorival Caymmi (1914-2008) e fez referência às letras do cantor e compositor baiano. O defile começou às 3h12 (veja todas as fotos do desfile).
Os 3.200 componentes desfilaram em 26 alas e 5 alegorias para apresentação do enredo “A velha Bahia apresenta o centenário do poeta cancioneiro Dorival Caymmi”. A comissão de frente representou os “guardiões do fundo do mar e o polvo gigante”. Simbolizaram a paixão de Caymmi pelo mar.
A bateria comandada pelo Mestre Juca veio acompanhada da rainha Milena Nogueira e da madrinha Cinthia Santos. O desfile foi o primeiro da parceria entre os carnavalescos Cebola e Delmo de Moraes.
No abre-alas, as inspirações de Caymmi foram retratadas. Iemanjá, representada com uma estátua de 12 metros de altura, se destacou. O nome do compositor foi trazido por golfinhos, em um telão de led que fez as vezes de mar. Barcos com oferendas, como flores e joias, e pedidos dos membros da escola, completaram a decoração do carro.
Na segunda alegoria, houve referência à infância do compositor e às histórias que ouvia das sinhás quando vivia na fazenda de seu pai. O carro mostrou uma lenda indígena sobre a lagoa de Ibaeté, localizada na praia de Itapuã. Além das cores da Bahia e do Rio, houve também um imprevisto. Um integrante da comissão de frente foi atendido em uma ambulância pelos bombeiros, após passar mal. Ele foi encaminhado para um hospital. Segundo os socorristas, ele estava consciente.
As fitas do Nosso Senhor do Bonfim coloriram o Anhembi. A terceira alegoria teve ainda búzios e galinhas d’angola. Integrantes lutaram capoeira. Esses adereços foram usados para falar sobre o sincretismo religioso de Caymmi, fiel ao catolicismo e ao candomblé. Na frente do carro, baianas realizaram a lavagem da escadaria e o público sentiu cheiro da alfazema.
O quarto carro teve três partes diferentes e 60 componentes. À frente veio um navio negreiro, analogia entre a dor de Caymmi por deixar a Bahia e a dos escravos arrancados da África. Para simbolizar o Rio, o fim do desfile mostrou a praia de Copacabana, o Cristo Redentor e os Arcos da Lapa. Mulheres sambaram vestidas de Carmen Miranda.
Fechando o desfile, o quinto setor destacou a escola Mangueira, que já prestou homenagem a Dorival Caymmi em 1986. O carro, claro, apostou nas cores verde e rosa.
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