51 ANOS DO GOLPE MILITAR:ATO RELEMBRA VÍTIMAS DA POLÍCIA DA DITADURA E A DEMOCRACIA

Cerca de 50 pessoas marcharam na noite desta terça-feira (31) no Centro de Porto Alegre em protesto convocado pelo Manifesto POA. Vestidos de preto, os manifestantes seguravam velas e fotos das vítimas da repressão militar no período da ditadura, como o jornalista Vladimir Herzog, e nos tempos atuais, como o assistente de pedreiro, Amarildo Dias de Souza e a auxiliar de serviços gerais, Claudia Silva Ferreira.

As batidas do tambor marcavam os passos na descida da Avenida Borges de Medeiros. Quase como um sussurro, o grupo cantava: “é um tempo de guerra, é um tempo sem sol”. Na Esquina Democrática, eles se formaram em círculo e deram espaço a uma intervenção artística. Quatro depoimentos de presos e torturados foram lidos e chamaram a atenção do público que passava por ali. Enquanto isso, deitada no centro da roda, a atriz Nubia Quintana estremecia e ganhava força a cada história contada. “Fui várias vezes espancada e levava choques elétricos na cabeça, nos pés, nas mãos e nos seios. A certa altura, o Dr. Roberto me disse que eles não queriam mais informação alguma, estavam praticando o mais puro sadismo, pois eu já havia sido condenada à morte e ele decidira que ela seria a mais lenta e cruel possível”, foi o primeiro dos relatos lidos, da bancária Inês Etienne Romeu, presa em 1971.

Depois, foram exibidas fotos das vítimas da violência da Ditadura e seus nomes foram citados, sempre sucedidos pelo grito “presente!”, que ecoava nos prédios da Rua dos Andradas. Uma faixa extensa dizia: “Milicos, não esquecemos 64. Memória, verdade e justiça”.

Também foi criticada a violência do Estado pós-Ditadura. Foram lembrados o massacre do Carandiru, em 1992, o de Eldorado dos Carajás, em 1996, a invasão policial da ocupação do Pinheirinho, em 2012, a invasão da Maré, em 2014, os atuais episódios de violência policial na Vila São Pedro e no Rubem Berta, em Porto Alegre.

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